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A LANTERNA NA POPA - NOTA À PRIMEIRA EDIÇÃO

Reconhecido – mesmo por aqueles que não comungam de suas ideias – como uma das mais eminentes personalidades do Brasil contemporâneo, o economista e diplomata Roberto Campos entrega ao público suas tão aguardadas memórias. Nelas o leitor encontrará o relato lúcido, objetivo e sempre bem documentado de quase 50 anos da vida nacional e internacional, escrito pelo ex-seminarista, filho de família humilde de uma pequena cidade perdida nos confins de Mato Grosso, que, pelo talento e engenho criador, acabou exercendo alguns dos mais prestigiosos cargos da vida pública brasileira.

Objetividade, imparcialidade, sense of humour e louvável capacidade de autoironia fazem de A Lanterna na Popa um livro único e fascinante. Não só pelo volume do material –inigualável em livros do gênero na bibliografia nacional – mas também pela sedutora e implacável capacidade de análise de fatos, épocas e contextos históricos, estas memórias se inscrevem na literatura brasileira como acontecimento da maior relevância. O estilo adotado pelo autor, de ressaltar fatos e situações históricas em detrimento de sua biografia pessoal, talvez só encontre paralelo na literatura internacional do gênero. Um exemplo seriam as memórias do liberal francês e seu amigo Raymond Aron, cuja atuação possui muitos pontos de contato com a do economista brasileiro. Ambos defenderam em seu tempo ideias pouco palatáveis, sofrendo por isso ataques e impropérios de toda ordem para, muitos anos depois, verem essas mesmas ideias ganharem o beneplácito e a legitimação da história.

Pelas páginas de A Lanterna na Popa desfilam muitas das maiores expressões da política e do poder no Brasil e no mundo deste século. De Getúlio Vargas a Castello Branco, o autor esteve presente como formulador e testemunha de quase tudo de relevante que se fez no país. Aqui vemos Roberto Campos em Bretton Woods, assistindo ao nascimento do Banco Mundial e os embates teóricos entre Lord Keynes e Eugênio Gudin; em Washington, durante a II Guerra Mundial e início da Guerra Fria; e anos mais tarde, por ocasião da crise dos mísseis soviéticos em Cuba; na companhia de atores e atrizes no esplendor de Hollywood; confidente e interlocutor de líderes como Adenauer, De Gaulle, Kennedy; Richard Nixon e Margaret Thatcher; íntimo de Nelson e David Rockfeller, de Dean Acheson e Henry Kissinger; se inquietando com as mazelas e desventuras da política e da diplomacia; e, no plano interno, convivendo com os presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart, e ainda com San Tiago Dantas, Horácio Lafer, Oswaldo Aranha, Gilberto Amado, Octávio Gouveia de Bulhões, Augusto Frederico Schmidt, Roberto Marinho, Antônio Gallotti, Nelson Rodrigues, Golbery do Couto e Silva, Lucas Lopes, Guimarães Rosa, José Guilherme Merquior, Walther Moreira Salles, Assis Chateaubriand e Carlos Lacerda - a quem dedica um capítulo sob o sugestivo título de "O grande desencontro". De todos Roberto Campos dá a sua visão, apontando as afinidades e dessemelhanças com o seu pensamento, tudo dito com coragem e forte sentido ético.

Criador do BNDE, do FGTS e do Sistema Financeiro da Habitação, responsável pelas primeiras iniciativas que levaram o Brasil a entrar na era do computador, Roberto Campos ao longo de sua vida tem sido ardoroso defensor do liberalismo e da economia de mercado: advogou a privatização e a reinserção do Brasil nas finanças internacionais numa época em que vicejavam o estatismo e o pseudonacionalismo. Essa pregação perpassa todas as páginas do livro, dando sentido e coerência à sua vida e atuação política. Como ministro do Planejamento do governo Castello Branco - sobre o qual faz aqui uma análise rigorosa e pioneira, a primeira realizada por alguém de dentro - Roberto Campos pôs em ordem a economia nacional e lançou as bases do milagre brasileiro nas décadas de 60 e 70. A Lanterna na Popa procede ainda a uma rigorosa desmontagem da Constituição de 88 com uma visão crítica da crise que levou ao impeachment do presidente Collor.

Incompreendido inúmeras vezes, vituperado pela miopia ideológica de certo período da vida brasileira como uma espécie de inimigo público número 1 da autonomia e da independência nacional, Roberto Campos, o ex-Bob Fields, é hoje visto por muitos como um profeta, tal a variedade de acertos que sua doutrinação liberal de quase meio século lhe possibilitou vaticinar. Para Paulo Francis, é ele, como Getúlio Vargas, "um dos fundadores do Brasil Moderno". A Lanterna na Popa confirma esta afirmação, e bem poderia ter como subtítulo História das minhas ideias, em vista da ênfase que o autor dá ao debate de ideias e problemas, relegando a plano secundário o pitoresco, o fantasioso, o confessional de sua trajetória humana. Na verdade, como qualquer leitor inteligente e ideologicamente plural poderá julgar, Roberto Campos mais uma vez surpreende, nos dando um livro que desde já é um clássico, destinando a permanecer pelos tempos afora como um retrato de sua época e uma análise irônica, aguda, implacável sobre si mesmo e sobre o papel que lhe foi dado desempenhar na história de seu país.

JOSÉ MARIO PEREIRA / Nota à 1ª edição, 1994

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