LIVRO QUE DESNUDA MITO LULA É LANÇADO
NO RECIFE
Jamildo Melo
Foto de Marcos Alves / agência O Globo
O jornalista José Nêumanne fará
mais três lançamentos do livro O Que Sei de Lula
(Topbooks, 522 pgs., R$ 69). O primeiro será na Livraria
Cultura do Paço d’Alfândega, no Recife, quinta-feira,
15 de setembro, às 18 horas. O segundo, sexta 16, às
18 horas, no Zarinha Centro de Cultura, em João Pessoa, Paraíba.
E o terceiro, sábado 17, às 17 horas, no restaurante
Manuel da Carne de Sol, em Campina Grande, também na Paraíba.
Os áulicos normalmente endeusam, na história
de Luiz Inácio Lula da Silva, a ascensão admirável
do menino retirante que fugiu do sertão pernambucano, do
operário metalúrgico do ABC paulista, do militante
sindical que ajudou a derrubar a ditadura militar e do três
vezes candidato a presidente e depois titular do Palácio
do Planalto.
No livro, o autor diz que "Lula nunca foi
de esquerda", e só pode ser considerado um conservador.
Afinal, resistiu a participar do sindicato, foi contra a aliança
de trabalhadores com estudantes, menosprezou o apoio da Igreja Católica,
resistiu à campanha das Diretas-Já, vetou a colaboração
do PT com o governo Itamar Franco, boicotou a Constituinte de 1988,
criticou o Plano Real e considerou "herança maldita"
os avanços sociais de Fernando Henrique Cardoso, seu predecessor.
Quem construiu esse perfil antes de chegar à Presidência
da República deixou o poder, ao fim de oito anos de mandato,
com mais de 80% de aprovação popular.
Repórter, editor de política, escritor
e, atualmente, articulista de O Estado de S. Paulo, com mais
de 40 anos de profissão, Nêumanne, paraibano de Uiraúna,
afirma que Lula é o maior político brasileiro de todos
os tempos, mas explica que ele se tornou um "fenômeno
fantástico de popularidade porque as pessoas se identificam
com ele". Entre os bastidores da carreira de Lula, descobre-se
que delatou camaradas menos aptos para levar vantagem pessoal pecuniária
no princípio de sua vida profissional.
O jornalista lembra que Lula recebeu Leonel Brizola
com hostilidade quando o político gaúcho voltou do
exílio, e que nunca negou sua admiração pelo
governo do general Ernesto Geisel. Quem organizou a greve dos metalúrgicos
do ABC, acrescenta Nêumanne, foi Frei Betto e não Lula
- uma afirmação que o frade dominicano considera exagerada.
Nêumanne dá a Lula o título
de "perdoador-geral" dos escândalos que estouraram
em sua administração e chama o assessor especial Marco
Aurélio Garcia de "bajulador-geral" da República.
Postado no blog de Jamildo Melo
13/09/2011
Leia também:
Livro
sobre Lula aborda "homem atrás do mito"
Nêumanne
e os termidorianos
Livro
compila opiniões de Nêumanne Pinto sobre Lula
Nêumanne
conta Lula
A
"cebola" Lula descascada
Coluna
de Ricardo Feltrin, "Oooops" |