| NORMAS DA LIBERDADE Existe um sério problema com a doutrina 
              liberal. Como justificar a organização política 
              da sociedade com base em valores liberais se o fundamento do liberalismo 
              como doutrina política está, precisamente, em negar 
              legitimidade para a imposição de valores à 
              sociedade pelo poder político? Com este Normas da liberdade, 
              os autores se propõem a resolver o dilema sem jogar fora 
              o bebê junto com a água do banho.  Ou seja: diferentemente de outras tentativas 
              de justificar uma ordem liberal que abrem mão do princípio 
              fundamental daquele tipo de ordem, os professores Douglas Den Uyl 
              e Douglas Rasmussen buscam em uma teoria ética explicar por 
              que a atividade de gerir a sociedade politicamente organizada não 
              deve ser confundida com a atividade de edificação 
              moral dos indivíduos.  Essa filosofia moral é o perfeccionismo 
              neoaristotélico. Mas é mais do que isso. Para os autores, 
              não somente a ideia de que o florescimento individual, a 
              busca da felicidade pela plena realização das potencialidades 
              individuais deve ser entendida como nosso melhor compasso moral 
              como, com este ensaio, defendem a tese de que a função 
              da sociedade é propiciar condições para que 
              seus membros possam realizar o máximo do seu potencial. Então, 
              argumentam eles, é precisamente em uma ética perfeccionista 
              que se deve buscar a melhor justificativa para uma doutrina política 
              não perfeccionista como é a doutrina liberal. Admitem os autores que o perfeccionismo aristotélico 
              pode ser analisado de uma forma "comunitária", 
              não individualista como a interpretação que 
              eles adotam; um dos desafios enfrentados com esse livro é 
              demonstrar a superior validade dessa interpretação, 
              e para isso os autores estão maravilhosamente bem equipados. 
             Os últimos 50 anos têm presenciado 
              o desenvolvimento vigoroso de diversas filosofias morais, muitas 
              vezes com prescrições diametralmente opostas. Entre 
              essas correntes de pensamento ético, um renovado interesse 
              pelo realismo moderado de Aristóteles, interpretado à 
              luz dos avanços filosóficos da modernidade no Ocidente, 
              tem sido um dos mais interessantes fenômenos, justamente por 
              suas profundas implicações políticas; e se 
              é verdade que uma vertente mais "coletivista" dessa 
              corrente, representada por Amartya Sen e Martha Nussbaum, tem capturado 
              a atenção de pessoas interessadas no tema da justificação 
              moral da ação política, não é 
              menos verdade que entre os maiores expoentes da vertente "individualista" 
              do neoaristotelismo estão Douglas Den Uyl e Douglas Rasmussen.   OPINIÕES: “Normas da liberdade é um 
              dos mais importantes trabalhos sobre liberalismo da atualidade. 
              O fato de os indivíduos possuírem diferentes visões 
              sobre o bem-estar impõe um dilema fundamental à filosofia 
              política moderna. Os liberais, em geral, adotam uma postura 
              de neutralidade moral, que evoca o relativismo, subjetivismo ou 
              ceticismo, enquanto seus oponentes defendem uma substancial visão 
              ética às custas da liberdade individual. Rasmunssen 
              e Den Uyl apresentam uma solução brilhante ao fazerem 
              uma distinção entre os princípios normativos 
              que guiam a conduta moral individual e os princípios metanormativos 
              que afetam a legislação. Eles argumentam convincentemente 
              que a ética perfeccionista neoaristotélica pode apoiar 
              a política neoliberal não-perfeccionista”. FRED D. MILLER JR.Social Philosophy and Policy Center, Bowling Green State University
     “Sem dúvida essa é uma das 
              maiores e mais significativas contribuições da tradição 
              liberal à filosofia política. Um trabalho que sintetiza 
              uma grande extensão da literatura e também oferece 
              uma visão original do assunto, além de provocar uma 
              discussão renovada sobre o que é realmente o caráter 
              do liberalismo”. TIMOTHY FULLERColorado College
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