RETRATOS DO IMPÉRIO
Os Orléans, os Saxe-Coburgo e outras personalidades da época
Jean Menezes
Só mesmo um embaixador para nos conduzir a tão interessante incursão a esta galeria, ilustre e desconhecida, de Retratos do Império. Fechada por muito tempo aos estudiosos e apreciadores da história do Brasil, ela é agora reaberta pela pena de Vasco Mariz.
Seu livro compreende os personagens do 1º e 2º reinados. O leitor começará por reencontrar a bela Dona Amélia, segunda imperatriz do Brasil, que deixou no país pouca lembrança; e, logo a seguir, suas enteadas: as princesas (órfãs de mãe) Januária e Francisca, irmãs de Dom Pedro II. A primeira foi, durante muito tempo, herdeira do trono do Brasil, até o nascimento dos filhos de Dom Pedro II com Dona Teresa Cristina, tendo se casado com o irmão desta última, o estouvado conde de Áquila, da casa real das Duas Sicílias. Intrigas palacianas fizeram com que o casal de Áquila fosse residir na Europa. Já Dona Francisca, a “bela Chicá”, desposou o “príncipe-marinheiro” de Joinville, da casa real francesa dos Orléans. O infortúnio levou as princesas brasileiras ao exílio, quando vivenciaram, nos países de adoção, a queda da monarquia francesa e a unificação italiana, entre 1848 e 1849.
No segundo reinado, o autor nos dá a conhecer o processo dos casamentos das filhas de Dom Pedro II; e nos apresenta um delicioso retrato da caçula, a simpática Dona Leopoldina, seu casamento com o Duque de Saxe e os filhos de ambos, os príncipes Dom Pedro Augusto e Dom Augusto Leopoldo. Gastão de Orléans, o conde d’Eu, é outro personagem deste notável conjunto, e nova luz é projetada sobre sua biografia e a de seus filhos com a princesa Isabel: o tão esperado herdeiro, Dom Pedro, e seu irmão, o inteligente Dom Luís de Orléans e Bragança.
E, como uma Corte não existe sem nobreza, outras figuras fundamentais do 1º e 2º reinados são perfiladas, a começar por Lord Cochrane, primeiro almirante da armada nacional e imperial; a condessa de Belmonte, a “segunda-mãe” de Dom Pedro II, conhecida por Dadama, e a não menos poderosa condessa de Barral, além do intrigante Chalaça e do influente mordomo Paulo Barbosa da Silva. Já na esfera política, seguem-se os perfis do visconde de Mauá, de Aureliano Coutinho, do grande estadista visconde do Rio Branco, do barão de Cotegipe e do unificador do Império, o duque de Caxias.
Com elenco tão formidável, os leitores podem estar certos de que vão apreciar este fascinante passeio pela rica coleção de retratos imperiais – aqui reunida, com mestria, pelo autor. |