— Em seu livro de estreia, o ensaísta e diplomata mineiro Luiz Feldman – mestre em relações internacionais pela PUC/RJ e professor assistente de leituras brasileiras no Instituto Rio Branco – propõe nova interpretação de um dos grandes clássicos do pensamento nacional, Raízes do Brasil. O autor analisa com fineza a pouco conhecida edição original, publicada por Sérgio Buarque de Holanda em 1936, e argumenta que o livro célebre só adquiriu o caráter progressista que lhe é amplamente atribuído após uma série de mudanças no texto para a segunda e terceira edições, de 1948 e 1956. Ao reconstituir a formulação dos principais enunciados de Raízes do Brasil, sua recepção nos meios intelectuais da época e sua transformação nas décadas seguintes, este ensaio apresenta uma importante reflexão sobre o significado do livro de Sérgio Buarque, que completa 80 anos em 2016; e não só lança luz sobre seus anos iniciais como ajuda a elucidar os dilemas da versão definitiva de um clássico que segue desafiando gerações de leitores. Com prefácio do cientista social Robert Wegner e apresentação do historiador José Murilo de Carvalho.
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